Propaganda


(cena do filme Idiocracy, de 2006. Pode-se notar que a propaganda toma o espaço na tela quase em sua totalidade e a programação é delimitada a um retângulo ao meio)

Ao longo do tempo, através dos poucos momentos em que perco na frente da TV, pude notar certa decadência na programação, em se tratando de qualidade de conteúdo e um aumento vigoroso no tempo direcionado à propaganda. É certo que o único objetivo de uma emissora de TV é prender a atenção do telespectador para, em seguida, bombardeá-lo com as propagandas sujas dos patrocinadores. Para isso há toda uma equipe a modelar uma programação esplêndida, composta de séries, filmes, novelas, homens robustos vendendo aparelhos de ginástica, etc. A propaganda constituiria a programação, em sua totalidade, se não houvesse a necessidade de prender a atenção do telespectador. Imagine você com a sua TV LCD 42 polegadas com 40 canais de propaganda 24 horas ao dia! Quem diabos teria paciência para TV se a coisa fosse dessa forma? Logo, uma programação de qualidade se faz necessária. O problema que enfrentamos hoje é que o tempo direcionado à propaganda está se acentuando, enquanto o tempo direcionado à programação está se tornando escasso. Vejo as emissoras entupindo seus programas com propaganda dos produtos dos patrocinadores, tornando-os extremamente chatos.

Quando penso que o propósito com que investem milhões criando uma propaganda, é induzir, manipular, influenciar a opinião pública de modo a impulsionar o consumo, tenho vontade de vomitar!

Se um dia a TV já foi inútil, hoje ela é mil vezes mais. Faça um favor a si próprio e mantenha-a desligada.

Amor é traiçoeiro

Estou voltando a considerar a hipótese de ter transtorno bipolar. É incrível a forma como meu humor tem variado, sempre num extremo: Quando não estou ótimo, estou péssimo.

Hoje meu dia foi vazio, como todos os outros. Passo a maior parte do tempo pensando no que devia estar fazendo. Eu sei o que devia estar fazendo, mas há uma barreira entre mim e o dever.

Meus pensamentos voltam a permear sobre a imagem dela, a conseqüente agonia de não tê-la, destrói o meu bom humor. Por que não posso tê-la aqui comigo? Indago continuamente. Outrora, o sentimento que fizera meu coração sangrar foi o amor. Amor é um sentimento dissimulado, aparenta ser o que não é. Tem face bela, persuade quem jazia nos braços da solidão e quando este se encontra bem entorpecido, vivenciando uma ilusão, o amor o apunhala pelas costas. É traiçoeiro.

Significância equivocada




Do diminuto grão de areia à complexidade do ser vivo, de grandeza não há diferença relevante perante as estrelas que os céus iluminam. Complexidade não é valor. Valor é um conceito imaginário e não há razão para ter a complexidade como principal critério avaliativo no valor de alguma coisa. Atribuir valor a algo é uma tarefa complicada, o ser humano é superestimado ao mesmo tempo em que seu comportamento se equipara ao de um vírus que, de forma desenfreada, migra de um local a outro arrancando todos os recursos, destruindo tudo o que possua vida, com a diferença que o vírus é incontáveis vezes menos destrutivo e não deteriora em escala global.

Pra onde?




Não sei, é como se nada nesta vida fosse para mim. Todos os caminhos são repletos de espinhos, nada consegue ser simples aos meus olhos. Queria conseguir fechar os olhos, ignorar, e quando algo ruim acontecer, relevar.
Nesta vida, de que vale o otimismo, se é ele a estrada da perdição, da ira e da frustração? Esperar que algo bom ocorra é se sujeitar à decepção caso o que esperava não vir a acontecer. Se acontecer, não será nada surpreendente, nada relevante, afinal, já era isso que esperava.
E embora menos prejudicial, tão pouco vale o pessimismo. Ser pessimista em relação a um futuro destrói qualquer esperança, qualquer vontade de seguir em frente. Contudo, é provável que boas situações, das mais insignificantes tragam consigo a felicidade, uma vez que são mais do que o esperado.
Otimismo é comumente visto como algo interligado à felicidade. Será mesmo?
Independente do caminho que escolhemos percorrer, estaremos sempre fortemente sujeitos aos males desta vida.

Top 5 contos eróticos bíblicos




Para não quebrar a rotina, visitei hoje a comunidade da UNA (União Nacional dos Ateus) e vasculhando alguns tópicos antigos encontrei um que me chamou atenção: Top 5 contos eróticos bíblicos
"I. Após a destruição de Sodoma, os únicos sobreviventes eram Ló e suas duas filhas. As filhas de Ló embebedaram o pai e tiveram com ele a noite mais incestuosa da Bíblia. (Gêneses 19:31) II. O cântico dos cânticos, atribuído ao rei Salomão, é altamente erótico. Um dos trechos: "Teu corpo é como a palmeira, e teus seios (...), como cachos de uvas" (Cânticos 7:7) III. Os anjos do Senhor tiveram chamegos ilícitos com mulheres mortais: "Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram-nas como mulheres, tantas quanto desejaram (...) (Gêneses 6:2) IV. A Bíblia diz que os antigos egípcios eram muito bem-dotados. Após a fuga para canaã a judia Ooliba tem saudades dos tempos em que se prostituía no Egito. Tudo porque "Seus amantes (...) ejaculavam como cavalos" (Ezequiel 23:20) V. O hebreu Onã casou com a viúva de seu irmão, mas não conseguia fazer sexo - preferia o prazer solitário. Do nome dele vem o termo "onanismo", que significa masturbação (Gêneses 38:9)"

Todos sabemos que a bíblia é repleta de trechos que vão de cômicos a ridículos e absurdos. O engraçado é que na maioria dos debates que tenho com cristãos, quando cito tais trechos eles alegam que os mesmos não existem. Isso só mostra o desconhecimento deles a cerca do livro em que baseiam a sua tão deplorável fé.

Que é a alegria sem a dor?


Atribuímos valor imenso a momentos de bem estar por estarmos cientes de que poderiam ser piores, e não são. Na inexistência de situações ruins, de dor e sofrimento, alegria seria um estado padrão deplorável de monotonia. O valor atribuído à felicidade seria nulo. Felicidade existe apenas como objeto de desejo e, obrigatoriamente, é necessária sua ausência para que a mesma seja desejada. Eu não iria querer um par de olhos quando já possuo um.
Situações ruins geram estímulo, vontade de mudança, visando no horizonte a melhoria. Se no horizonte já estivéssemos não haveria para onde irmos. A plena felicidade é a plena mentira, sempre haverá um horizonte. Estaremos sempre nas margens do oceano alimentando-nos de sonhos. E aqui, aqui na margem com o inimigo à espreita, os fantasmas da dor que daqui parecem mais quererem expulsar-nos, nos fazem sonhar, nos fazem caminhar e darmos voltas. É depois de muito tentar que percebemos que o horizonte sempre será lá, onde quer que estejamos sempre será lá. Alguns gostam de fechar os olhos e fingir estarem lá. Alguns passam a vida toda enganando a si mesmos.
É nisso que se resume a vida: Uma busca infatigável pelo horizonte inalcançável. O que seria de nós, sem os fantasmas para nos fazer movimentar?

Religião é desnecessária


Partindo do pressuposto que deuses surgiram como uma forma de responder questões aparentemente inexplicáveis, desde que surgira a filosofia e posteriormente a ciência a religião se faz totalmente descartável e ineficaz. A religião vem de forma descarada impôr hipóteses como verdades absolutas, a religião é um “chute”, um salto no escuro. Se hoje temos a ciência que, diferente da religião, tem como base a própria realidade para dar explicações às questões do universo, não há motivos para que a religião seja mantida. Sendo a religião uma resposta simples para questões complicadas, ela tende a inibir a curiosidade, a vontade de busca por respostas nas pessoas. Nas palavras de Richard Dawkins em sua ilustre obra “Deus, um delírio”: "Eu sou contra a religião porque ela nos ensina a nos satisfazermos ao não entender o mundo."

O abismo é onde cessa a estrada


Entendendo a vida como um fator temporário e delimitado universalmente pela mesma coisa, que é a morte, há uma separação do ser para com o sentido de viver. A ausência de sentido provém da ciência de que passado e futuro inexistem. É inútil desfrutar o agora já que ele só será por um instante e logo, não mais importará. Lembranças são os fragmentos, as sombras do que fora. Coisa que o próprio tempo se encarrega de extinguir.
Minha noção a cerca do que possa ser o tempo é limitada, mas partindo desse mínimo conhecimento que possuo pude concluir sua inexistência, contudo, não aderi tal conclusão como parte de minhas “crenças” definitivas.
Desconsiderando totalmente a hipótese da existência de almas, reencarnação ou besteiras afins, passamos a entender a morte como um fim, e a partir daqui lhe restam dois caminhos: O da supervalorização da vida e o da completa desvalorização da mesma... Venho pensando muito nessa questão ultimamente e ainda há muitas lacunas que preciso preencher, porém, deixarei aqui minhas ideias já moldadas a cerca do assunto.
Algumas pessoas, após compreenderem a finitude do seu tempo em vida passam a enxergá-la como uma oportunidade única de presenciar as coisas e, consequentemente, aproveitar cada momento ao máximo. Mas há um porém: Isso terá valor nulo quando o seu tempo em vida esgotar. Sendo você, a seu ver, a pessoa mais feliz e bem sucedida que existe, não interessa! Terá o mesmo fim que um morador de rua, um gari ou uma prostituta. Boa posição social e um carro de alto custo não lhe impedirão de cessar a tua existência, faça o que fizer, seja o que for. Estando ciente disto, creio que a única maneira de viver e poder dizer a si mesmo que possui uma vida próspera e de felicidade, é fechar os olhos e seguir a estrada ignorando o que está no fim.

Vídeo: Capitalismo & Outras Coisas de Crianças

"Capitalismo & outras coisas de crianças criado pelo Partido Socialista da Grã-Bretanha, apresenta em linguagem clara e sem jargões econômicos ou políticos as bases sobre as quais se assentam o Capitalismo. Demonstra que, ao contrário do que quer nos fazer pensar a ideologia imperialista neo-liberal estadunidense, um outro mundo é possível."



Ovelhas


Em minha leiguice e escassez de conhecimento aprofundado, explanarei a questão da estética em tempos contemporâneos.
O conceito de beleza jamais fora tão estuprado e distorcido como vem sendo após o uso da mídia para fins de controle, alienação e indução da população. Sendo o conceito humano e proveniente da evolução biológica, há um padrão de beleza que todos compartilhamos. Você sabe o que te é naturalmente belo? Nem eu. Há pessoas que preferem cabelos pretos e pele branca, há pessoas que preferem pele negra e cabelos claros, há pessoas que apreciam verem numa relação homossexual duas mulheres defecando em um copo e há pessoas que gostam de pagode.
Penso em que o “belo” possa ter sido útil no processo evolutivo do ser humano. Talvez em decorrência a ausência de contato com certos predadores, pela estética que lhe abalava.
Retomando o foco na questão da mídia, é importante ressaltar que a mesma não induz apenas em nossos conceitos do que é belo. Uma das maiores façanhas da mídia é o poder de criar necessidades totalmente superficiais e ilusórias nas pessoas, de forma a cumprir com perfeição o principal propósito com que a mesma fora criada: Induzir ao consumo.
É comum me julgarem inferior por não ter um aparelho celular do último modelo ou um tênis de moda. E em resposta a essa pressão, imposta pela própria sociedade alienada, muitos se encontram ainda mais eufóricos e desesperados para terem o quão antes determinado produto, por status. Devo confessar que eu me veria na mesma situação, se não compreendesse estes valores ridículos com os quais nossa sociedade trabalha. Enquanto julgam-me pelo velho par de sapatos, lamento o fato de estarem sendo feitos de trouxas, escravos do consumo, e pior de tudo: Escravos que pensam serem livres!

"A mídia não é apenas a mensagem. A mídia é uma massagem. Estamos constantemente sendo acariciados, manipulados, ajustados, realinhados, e manobrados." Joey Skaggs

Por quê?


Desvirginando o blog, deixá-lo-ei nítido o motivo o qual levou-me a criá-lo.
É fútil, desastrosa e inútil, a meu ver, a necessidade de expressar emoções e ideias a terceiros quando isso te acrescentará tão somente em uma emoção temporária de alívio. Posteriormente, quando os problemas que decidiu relatar a curiosos de plantão interessados na vida alheia, te abalarem tanto quanto o grito de um mudo entenderá o que quero eu dizer com fútil, desastroso e inútil.
Pois bem, aqui me vou envolto neste ciclo vicioso. Sou o tolo que perfura o pé no mesmo prego várias vezes, o cego que constantemente num tombo vai ao chão, por ignorar o degrau que há na própria casa. Contudo, sou a ave que mesmo em presença ao predador, aventura-se nos mais desfavoráveis terrenos, em busca de alimento.
Nada traz-me aprovação alheia além de recompensa emocional e mesmo entendendo isso como algo desnecessário, senti-me persuadido a expor ideias que há muito permaneceram guardadas em meu ser, ideias responsáveis por longos períodos de reflexão, indagação, revolta e tristeza.
Nada aqui descrito deve ser tido como verdade absoluta. O conteúdo que aqui explanarei terá como base minhas observações e conhecimento que, previamente avisando, não é lá grande coisa.

"Só sei que nada sei." Sócrates