O abismo é onde cessa a estrada


Entendendo a vida como um fator temporário e delimitado universalmente pela mesma coisa, que é a morte, há uma separação do ser para com o sentido de viver. A ausência de sentido provém da ciência de que passado e futuro inexistem. É inútil desfrutar o agora já que ele só será por um instante e logo, não mais importará. Lembranças são os fragmentos, as sombras do que fora. Coisa que o próprio tempo se encarrega de extinguir.
Minha noção a cerca do que possa ser o tempo é limitada, mas partindo desse mínimo conhecimento que possuo pude concluir sua inexistência, contudo, não aderi tal conclusão como parte de minhas “crenças” definitivas.
Desconsiderando totalmente a hipótese da existência de almas, reencarnação ou besteiras afins, passamos a entender a morte como um fim, e a partir daqui lhe restam dois caminhos: O da supervalorização da vida e o da completa desvalorização da mesma... Venho pensando muito nessa questão ultimamente e ainda há muitas lacunas que preciso preencher, porém, deixarei aqui minhas ideias já moldadas a cerca do assunto.
Algumas pessoas, após compreenderem a finitude do seu tempo em vida passam a enxergá-la como uma oportunidade única de presenciar as coisas e, consequentemente, aproveitar cada momento ao máximo. Mas há um porém: Isso terá valor nulo quando o seu tempo em vida esgotar. Sendo você, a seu ver, a pessoa mais feliz e bem sucedida que existe, não interessa! Terá o mesmo fim que um morador de rua, um gari ou uma prostituta. Boa posição social e um carro de alto custo não lhe impedirão de cessar a tua existência, faça o que fizer, seja o que for. Estando ciente disto, creio que a única maneira de viver e poder dizer a si mesmo que possui uma vida próspera e de felicidade, é fechar os olhos e seguir a estrada ignorando o que está no fim.

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